“Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes
no Neguebe.
Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão.
Quem
sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus
feixes.”
Salmo
126. 4 – 6
Há momentos na vida onde temos
a sensação de estar em um deserto, andamos de um lado para outro em busca de
algo que nos traga refrigério, mesmo assim as coisas ainda parecem difíceis.
Alguns se escondem da
realidade assim como Elias que foi parar em uma caverna com medo da morte
(1Reis 19), outros se entregam e desistem de lutar por não encontrar mais
forças para seguir adiante. O deserto parece interminável, mas a palavra de
Deus sempre nos dá esperança de dias melhores (Salmo 126. 1 – 3).
O salmo 126 retrata uma
situação de busca de esperança de dias melhores atentando para aquilo que Deus
já foi capaz de realizar anteriormente. O ápice do salmo esta no clamor por
restauração citando as torrentes no Neguebe.
“Deserto do Neguebe:
localizado no extremo sul da palestina, um lugar muito seco, um dos mais baixos
da região. Cercado por cordilheiras, o deserto do Neguebe é uma densa extensão
de terra, a principio improdutiva, ate que as torrentes de água produzida pela
chuva serôdia que cai abundantemente na região, por um longo período de tempo, invadem
o deserto trazendo grande inundação e transformando a terra árida em um rio que
brota vida. Quando as águas evaporam, o deserto se transforma em um manancial
com as mais belas flores e um verde onde somente se contempla no Neguebe[1]”.
Enquanto as torrentes não chegam
o que devemos fazer?
1º
FAÇA DAS SUAS LÁGRIMAS SEMENTES DE CURA E NÃO DE AMARGURA.
“Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão.
Quem
sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus
feixes.”Salmo 126.6
Existe uma música chamada “Sabor
de Mel” que em determinado momento diz assim:
Quem te
viu passar na prova
E não te ajudou
Quando ver você na bênção
Vão se arrepender
Vai estar entre a plateia
E você no palco...
E não te ajudou
Quando ver você na bênção
Vão se arrepender
Vai estar entre a plateia
E você no palco...
Algumas pessoas
preferem construir suas relações com a vida à base de amargura. Após passar
pelo deserto ficam fazendo menção de quem não ajudou, não apoiou, não esteve
presente. E essa música reflete bem esse sentimento de relativa “vingança” no
momento da vitória concedida por Deus.
Na verdade, a ausência
de muitos pode ser um livramento de Deus, um exemplo disso: Jó que esteve
cercado de “amigos” que ao invés de ajudá-lo contribuíram para que sua luta
fosse mais difícil ainda, e, por isso, foram advertidos por Deus.
“Sucedeu que, acabando o Senhor de falar a Jó aquelas
palavras, o Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra
ti, e contra os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto,
como o meu servo Jó.”
Jó 42:7
Jó 42:7
2º
CONFIE NO CUIDADO DE DEUS QUE SE MANIFESTA INESPERADAMENTE.
Mais uma vez recordo-me de Elias
fugindo da morte:
“Ele, porém, foi ao deserto,
caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para si a
morte, e disse: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou
melhor do que meus pais.
E deitou-se, e dormiu debaixo do zimbro; e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come.
E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.
E o anjo do Senhor tornou segunda
vez, e o tocou, e disse: Levanta-te e come, porque te será muito longo o
caminho. E deitou-se, e dormiu debaixo do zimbro; e eis que então um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te, come.
E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.
Levantou-se, pois, e comeu e
bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites
até Horebe, o monte de Deus.” 1
Reis 19:4-8
Em nossa jornada estamos
cercados de situações onde perdemos a perspectiva daquilo que é realmente
importante na vida. Em meio às fugas nos esquecemos dos anjos que Deus envia em
momentos certos.
Os anjos que me refiro não são
aquelas figuras loiras e com asas representadas em algumas obras de arte. Na
verdade são aqueles que surgem inesperadamente e em ocasiões necessárias.
Lembro-me de pessoas que em
momentos de maior necessidade abrem portas, estendem as mãos, nos amparam
quando não vemos mais possibilidades, muitos aparecem repentinamente e às vezes
nunca mais os vemos, mas são essenciais em momentos determinantes. São
verdadeiras provas do cuidado de Deus em nossas vidas.
3º
RECONHEÇA SUA TOTAL DEPENDÊNCIA DE DEUS.
Em algumas situações de
deserto precisamos nos manter firmes justamente para que os que estão ao nosso
lado sejam fortalecidos, pois, em qualquer sinal de fraqueza nossa podemos
tornar as coisas ainda piores, principalmente quando existem pessoas que
dependem de nós.
O salmista aponta para uma
realidade que se apoia na dependência das ações de Deus principalmente porque
reconhece os feitos de Deus no passado quando diz: “Grandes coisas fez o Senhor
por nós” e reconhece as ações cuidadosas de Deus no presente dizendo: “por isso,
estamos alegres”, mas não deixa de crer em perspectivas futuras quando pede
restauração de sua sorte.
Olhar para o deserto e
aguardar a torrente é viver pela fé!
Podemos ver apenas o deserto,
mas não conseguimos nos limitar a visão presente porque nossos olhos estão no
celeste porvir.
O período no deserto é árido e
desgastante, porem, a esperança futura da manifestação da glória de Deus é para
nós um grande estimulo para prosseguir.
Reconhecer nossa dependência representa
que estamos conscientes de que não podemos fugir da realidade, mas podemos
passar por ela fortalecidos no Senhor.
Como o Apóstolo Paulo diz:
“pois os
nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória
eterna que pesa mais do que todos eles.
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.” 2 Coríntios 4:17-18
Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno.” 2 Coríntios 4:17-18
O deserto pode ser uma realidade
presente, mas o cuidado de Deus mostra que no momento
certo a torrente virá limpando a nossa alma e renovando as nossas forças no
Senhor.
Isaías 40:31
Rev. Maycon Rodrigues
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